Pages

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Pelo bem de quem?

Por Caren Baraúna, Larissa Mahall e Samara Silveira


Hoje, veremos como a ética e moral podem e são decisivas nas nossas escolhas, ações e pensamentos. São palavras curtas, diretas e que fazem toda a diferença.
Ouça o spot da CBN sobre ética:



O ser humano (racional e social) é movido e busca o bem (pessoal e coletivo). Para isso, ele age de acordo com sua razão, consciência e liberdade, sendo inerente agir agir com ética e moral.

A ética é uma questão subjetiva, que diz respeito à relação que mantemos com as pessoas, ao respeito para com o outro, não estando, necessariamente, imposta por leis. A moral, por sua vez, estuda os costumes da população através dos tempos, suas transformações, peculiaridades e modificações, assim, nos impondo (obrigação moral) determinados comportamentos.

No entanto, é possível ser ético e moral sem perder o livre-arbítrio?

Na citação de Luiz Gonzada Alvarenga em Moral e Ética, “a minha liberdade, então, é a liberdade de agir como devo agir”. Logo, devemos ser livres e conscientes: agir, pensando nas consequências, no outro, no meio ambiente, no cuidado, afinal, não existem sociedades sem regras que regulem as relações sociais de seus membros.

A relação entre política, ética, moral e comportamento social, infelizmente, no Brasil não é das melhores: já tornaram-se comuns as manchetes sobre escândalos, fraudes, corrupção, imoralidade, desrespeito, falta de cuidado. No Amazonas, por exemplo, em 2008, ocorreram as eleições para a Prefeitura de Manaus. Como podemos acompanhar no vídeo abaixo, o então Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, manifestou apoio ao candidato Omar Aziz.



Cenário diferente do ocorrido nas eleições de 2010, em que os ex-aliados trocaram ofensas no debate entre os candidatos ao governo do Estado.


Dessa forma, nota-se a inconstância do posicionamento e pensamento dos governantes em relação à ética e à moral, evidenciando que esses conceitos só se aplicam em favor do seu bem pessoal. Eles abusam do poder que lhes foi conferido e também dos veículos de comunicação, exibindo propagandas eleitorais repletas de promessas, que influenciam a opinião pública e, consequentemente, o comportamento e pensamento das pessoas, seus eleitores.
Assim, a imagem de ser moral e eticamente correto vai sendo difundida, sem correlação verdadeira com os fatos: a constante dicotomia entre imagem x identidade.


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Cuidado nas organizações: mais que gestão pessoal

Por Caren Baraúna, Larissa Mahall e Samara Silveira

O cuidado há de estar presente em tudo... 
(Leonardo Boff)


O cuidado é inerente ao ser humano, está nele a priori, antes de qualquer experiência. No entanto, a evolução do trabalho fez com que o homem perdesse esta noção e se tornasse um ser dominador, consumidor. O cuidado é a atitude, o sentimento que dá expressividade para a humanização, conforme o texto “Saber cuidar” de Leonardo Boff. 

O termo cuidado vem do latim e significa cura, preocupação. E, nos dias de hoje essa palavra tem se restringido aos “cuidados da mãe” ou “do médico”, entretanto, o cuidado está presente em tudo, sustentando o modo-de-ser do ser humano. 

Levando para o lado comunicacional nas organizações, vemos que o as pessoas buscam manter os dois modos-de-ser: o modo trabalho(preocupado em dominar e fazer o mundo adaptar-se às suas necessidades) e o modo cuidado, estabelecendo uma relação entre sujeitos, diferente do trabalho, parte para o lado emocional. 

Esse fenômeno é imprescindível para as relações interpessoais, afinal o diálogo é de sujeito-sujeito. Essa situação se evidencia ainda mais no tratamento com os colaboradores de uma empresa: não é somente gerir pessoas, mas cuidar delas. Essa responsabilidade, porém, fica exclusiva de um gestor, mostrando sua atitude de trabalho-poder que ao invés de humanizar, coisifica o processo. 

Humanizar o trabalho é, talvez, a maior chave para o sucesso nas relações e práticas humanas, ou seja, é ser livre e responsável ao mesmo tempo e em todos os lugares. Cuidar e valorizar as pessoas, fazer disso uma atitude. A questão não é simplesmente romper com o paradigma do trabalho (até porque isso seria impossível), e sim realizá-lo de maneiras diferentes. Afinal, máquinas podem até fazer o mesmo trabalho que uma pessoa, mas o esmero de cada ser humano jamais poderá ser copiado por um computador.



Referência : BOFF, Leonardo. Saber cuidar: ética do humano - compaixão pela terra. Petrópolis: Vozes, 2002.