Pages

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Gestão Pública e Responsabilidade Social

Por Caren Baraúna, Larissa Mahall e Samara Silveira


Muito se discute em aplicar a Responsabilidade Social Empresarial como dispositivo estratégico para melhorar e legitimar a imagem da organização e seu ramo de atuação. No entanto, pouco se discute com os funcionários sobre o processo ativo da RS. A opinião dos servidores sobre isso é de fundamental importância para a eficácia do processo, afinal para desenvolver ações, projetos, programas é essencial a participação de todos.

No âmbito das instituições bancárias, a RS tem sido trabalhada intensamente para, principalmente, melhorar diálogo com os clientes. E, a fim de otimizar este processo, organizações como o Banco Central do Brasil têm adotado programas de RS baseando-se em valores como ética, efetividade, compromisso e qualidade. A adoção de programas dessa natureza ocorreu pelo crescente interesse da população pelas atividades do BACEN e também como uma forma de reforçar a imagem da da instituição e reforçar sua atuação.

Nesse processo, segundo o setor de comunicação do BACEN, destaca-se a comunicação interna como base da RS: funcionários bem informados e satisfeitos são capazes de informar melhor à sociedade sobre o BACEN, fortalecendo a identidade do Banco.


No entanto, o resultado obtido pela pesquisa mostrou discursos quase que opostos entre funcionários e gestores. Os primeiros informaram que a comunicação dentro do Banco é feita de forma pouco efetiva, ou seja, nem todos os canais são explorados para levar aos colaboradores do Banco as informações mais importantes sobre o seu funcionamento. Os gestores por sua vez, afirmam que as políticas de Comunicação dentro do BACEN já evoluíram e continuam evoluindo. 

Dessa forma, como ter certeza que a política de RS do BACEN funciona adequadamente? Como as instituições públicas enxergam essa questão? 

Esse cenário revela o desafio para a área de Relações Públicas que muitas vezes esbarra nos interesses pessoais dos empresários. Então como ser ético se o gestor não contribui? Criatividade e equilíbrio dos interesses da empresa com os públicos. Além disso, é importante cativar e sensibilizar o gerente para adoção das práticas socialmente responsáveis, pois eles são líderes e têm poder de influência para conduzir processos administrativos, financeiros e comunicacionais.

Por tudo isso, nota-se que a distância entre discurso e prática deve-se principalmente que a Responsabilidade Social é entendida como busca pelo lucro e não pelo capital social.

Empresas do setor alimentício e RS: é possível?

Por Caren Baraúna, Larissa Mahall e Samara Silveira


A Responsabilidade Social é importante para todos os setores da sociedade, não somente por agregar valor à marca, mas por otimizar processos e gerenciamento de pessoas, processos e comunicação.

O grau de adoção e aceitação das empresas em relação a RS é diverso e, muitas vezes causa confusão entre obrigação e inovação. Na pesquisa do livro da Patrícia Ashley (no livro
Ética e Responsabilidade Social nos Negócios), sobre os itens que levam as organizações na adoção da RS estão os seguintes itens do porquê ter RSE:

* aplicar o Código do Consumidor;
* cumprir com prazos de pagamento;
* negociar preços com público;
* selecionar fornecedor com planejamento e
* educar consumidores.

Por meio disso, constata-se que muitas empresas ainda preocupam-se apenas em cumprir deveres e normas e, divulgam isso como empresa nota 10. Imagem e identidade empresarial não são trabalhadas da mesma forma, evidenciando incoerência de atividades, por exemplo.

Assim que implantada, a Responsabilidade Social Empresarial causa mudanças em procedimentos e pensamento, pois vai ao encontro do planejamento financeiro e administrativo da empresa. Além disso, a RSE deve estar enraizada na cultura organizacional, para então gerar resultados eficientes e coerentes com a cultura, identidade e públicos da organização.

Dentre os setores da economia em que mais se verifica a dificuldade de se implementar programas de RS estão as empresas de comércio de alimentos – os supermercados. Isso pôde ser constatado em pesquisa realizada para verificar a receptividade e intencionalidade de adoção dessas atividades em empresas do ramo.

Para isso, foram elaborados 49 indicadores, divididos em três níveis de desafios relacionados. Entre eles:

  • Verificar a origem dos produtos vendidos;
  • Elaborar uma política de preços justos;
  • Identificar o impacto das embalagens dos produtos no meio ambiente;
  • Manutenção de bom relacionamento com os empregados e fornecedores;
  • Adoção de uma política para a escolha dos fornecedores (verificar se utilizam mão de obra escrava, como se dá sua cadeia produtiva).

Naturalmente, é impossível que as organizações atendam a todos os 49 indicadores propostos, mesmo porque a combinação deles é utópica e jamais seria alcançada. No entanto, nota-se o desinteresse dessas empresas em fazer o mínimo. Muitos acreditam que a RS está relacionada somente a qualidade no atendimento e nos serviços, preços, cargas horárias e salários justos.

Assim, percebemos a necessidade dessas organizações em pensar nos públicos que precisam ser priorizados, de modo a iniciar a gestão socialmente responsável efetivamente nesse setor.

Novamente há dicotomia entre ideal x possível na aplicação da RS e cópia de modelos prontos, desconsiderando a realidade da organização. É preciso manter também, o senso crítico e criatividade nas atividades e discurso para então melhorar a qualidade de procedimentos e relacionamento com os públicos.

Por fim, destaca-se que RS deixou de ser tendência ou agrado para clientes, mas sim uma postura de empresa cujo objetivo é potencializar estrategicamente seus recursos disponíveis; não visando a capital financeiro, mas boa reputação entre as pessoas, pois com as mídias sociais, principalmente, a empresa fica mais exposta , devendo agir e dialogar efetivamente.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Responsabilidade Social em alta no mercado financeiro

Por Caren Baraúna, Larissa Mahall e Samara Silveira


É comum empresas de polos industriais atentarem para a Responsabilidade Social Empresarial; muitas vezes, elas buscam apoio (R$) nas agências bancárias como patrocinadoras e aliadas. Diante disso, os bancos enquanto organismos sociais, também têm buscado trabalhar a RS dentro desse setor do mercado financeiro, sobretudo, com objetivo de transmitir responsabilidade e preocupação com meio ambiente e públicos.

Segundo Alberto, “o desempenho social de uma empresa, está associado aos esforços que ela realiza para não afetar negativamente a flora, a fauna e a vida humana, protegendo dessa forma omeio ambiente”. (2003). Além de beneficiar a natureza, as organizações ganham melhor visibilidade e, encaram isso como fator estratégico- tanto que o banco eleito o mais sustentável do mundo é brasileiro.

A RS nessas instituições consiste principalmente em ações voltadas para a questão ambiental., investindo assim em redução no consumo de energia e papel e também a educação ambiental para os funcionários. Outra prática dessas instituições é o crédito dado a empresas consideradas social e ecologicamente responsáveis. Dessa forma, os bancos tornam-se, de forma indireta, fomentadores das práticas de RS.

Preocupação com lucro e desempenho financeiro é constante para as empresas. Para apurar tal desempenho econômico, as organizações contam com os indicadores de índices econômicos, financeiros; modelo de avaliação de mercado e indicadores de análise de ações, além dos índices de rentabilidade - relação que permite avaliar o desempenho da empresa, relacionado ao lucro gerado pela atividade empresarial decorrente dos investimentos realizados - e indicadores de análise de ações que avaliam os reflexos do desempenho da empresa sobre suas ações.

Além de ser de grande utilidade para os analistas de mercado e acionistas como parâmetros de apoio às suas decisões e investimentos, esses itens geram confiabilidade em determinado banco. O sistema financeiro possibilita a transferência de recursos entre agentes superavitários e deficitários. Como estratégias para este sistema as empresas investem na educação ambiental e treinamentos específicos dos funcionários; nos processos internos, incentivando a redução do consumo de energia, água e materiais; parcerias com fornecedores de serviços especializados; posicionamento da empresa diante de seus diversos públicos como empresa cidadã.


A Responsabilidade Social tornou-se um fator estratégico no planejamento dessas organizações, muito por exigência do mercado que cobra mais do que assistencialismo; cobra ética e transparência nos negócios. O gerenciamento ecológico visa à mudança do pensamento ambientalista, tendo uma visão ética mais profunda em prol da sociedade, objetivando minimizar o impacto ambiental e social, integrando a responsabilidade ambiental aos processos administrativos.
Integração, palavra-chave na eficácia de atividades, programas de cunho responsável. A cultura organizacional, mas que um dossiê de orientações, deve ser claro e coerente com a realidade e objetivos da empresa. Dessa forma, a RS deve ser integrada a esse planejamento, não de modo pontual, mas contínuo; para isso, é necessário estudo, conhecimento, planejamento, vontade e criatividade.


Dito isso, a prática da RS deve adequar-se a cultura, identidade e públicos que possui, para não contrariar,mas corresponder ao seu contexto social.

Ademais, deve-se relembrar que toda mudança de postura e planejamento interfere nas rotinas e atividades. Cada escolha é uma renúncia, então, ao optar pela RS, a empresa deve abster-se de hábitos incoerentes e errados. Deve-se atentar também que, sustentabilidade empresarial não se restringe à natureza, mas a outros processos que devem trabalhar sinergicamente (público interno, fornecedores, governo, qualidade de produto/serviço). O meio ambiente é apenas uma peça, do quebra-cabeça do socialmente responsável. Novamente se destaca a integração no pensar e agir.